segunda-feira, 19 de setembro de 2011

REPRIMIR O DESEJO SEXUAL FAZ MAL?


Sempre recebo comentários de alguns leitores de que a abstinência sexual defendida por mim e outros escritores e pastores provoca nos jovens evangélicos traumas e neuroses. Ou seja, passar a adolescência e a mocidade sem ter relações sexuais faz com que os evangélicos fiquem traumatizados, perturbados mental e espiritualmente, reprimidos e recalcados.

Esse raciocínio tem sua origem mais recente nas idéias do famoso Sigmund Freud. Para ele, o sexo era o fator dominante na etiologia das neuroses e o desejo sexual era a motivação quase que exclusiva para o comportamento das pessoas. No início, Freud falava que o ser humano, até biologicamente (todos os seres vivos, no final), viveria sua existência na tensão entre dois princípios, ou instintos, primordiais: o princípio do prazer (instintivo e ligado ao id, às vezes relacionado como a libido) e o princípio da realidade (a limitação do prazer para tornar a vida possível, princípio ligado mais ao amadurecimento e, às vezes, ao superego). Mais tarde (na publicação de Além do Princípio do Prazer, 1920), ele passou a falar em outros dois princípios mais amplos, o princípio de vida e o princípio de morte, os quais ele denominou eros e tanatos, como os dois princípios que geram a tensão que move o ego. De qualquer modo, tanto o princípio do prazer quanto eros (princípio de vida) eram, para Freud, princípios instintivos, ligados à preservação da vida e da espécie, e sempre conectados ao apetite sexual (ver Os Instintos e Suas Vicissitudes, 1915).

Nem as crianças estariam livres desse apetite sexual instintivo – elas desejavam sexualmente seus pais. Freud apelou aqui para o complexo de Édipo, em que o filho deseja sexualmente a mãe e o complexo de Eletra, a inveja que a menina tem do pênis do menino. Naturalmente, quando esses desejos sexuais eram interrompidos, resistidos, negados, o resultado eram as neuroses, os traumas. As obras mais conhecidas onde ele sustenta seus argumentos são Sobre as Teorias Sexuais das Crianças (1908) e Uma criança é espancada - uma contribuição ao estudo da origem das perversões sexuais (1919), onde ele defende o surgimento das neuroses como resultado da repressão do desejo sexual.

Em que pese a importância de Freud, seu modelo e suas idéias têm sido largamente criticados e rejeitados por muitos estudiosos competentes. Todavia, algumas de suas idéias – como essa de que a repressão sexual é a causa de todas as neuroses e distúrbios – acabou se popularizando e é repetida por muitos que nunca realmente se preocuparam em examinar o assunto mais de perto.

Vou dizer por que considero esse argumento apenas como mais uma desculpa dos que procuram se justificar diante de Deus, da igreja e de si mesmos pelo fato de terem relações sexuais antes e fora do casamento. Ou pelo menos, por defenderem essa idéia.

1. Esse argumento parte do princípio que os evangélicos conservadores são contra o sexo. Contudo, essa idéia é uma representação falsa da visão cristã conservadora sobre o assunto. Nós não somos contra o sexo em si. Somos contra o sexo fora do casamento, pois entendemos que as relações sexuais devem ser desfrutadas somente por pessoas legitimamente casadas (ah, sim, cremos no casamento também). Foi o próprio Deus que nos criou sexuados. E ele criou o sexo não somente para a procriação, mas como meio de comunhão, comunicação e prazer entre marido e mulher. Há muitas passagens na Bíblia que se referem às relações sexuais entre marido e mulher como sendo fonte de prazer e alegria. O livro de Cantares trata abertamente desse ponto. Em Provérbios encontramos passagens como essa:

Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias (Pv 5.18-19).

Não, não acredito que o sexo é somente para a procriação. Não, não sou contra planejamento familiar e o uso de meios preventivos da gravidez, desde que não sejam abortivos. Sim, o sexo é uma bênção, desde que usado dentro dos limites colocados pelo Criador.

2. Esse argumento, no fundo, acaba colocando a culpa em Deus, na Bíblia e na Igreja de serem uma fábrica de neuróticos reprimidos. Sim, pois a Bíblia ensina claramente a abstinência, a pureza sexual e a virgindade para os que não são casados, conforme argumentei no post Carta a Um Jovem Evangélico que Faz Sexo com a Namorada. Se a abstinência sexual antes do casamento traz transtornos mentais e emocionais, então, de acordo com os libertinos, deveríamos considerar esses ensinamentos da Bíblia como radicais, antiquados e inadequados. E, portanto, como meras idéias humanas de pessoas que viveram numa época pré-Freud – e como tais, devem ser rejeitadas e descartadas como palavra de homem e não Palavra de Deus. Ao fim, a contenção dos libertinos é mesmo contra a Bíblia e contra Deus.

3. Bom, para esse argumento ser verdadeiro, teríamos de verificá-lo estatisticamente, na prática. Pesquisa alguma vai mostrar que existe uma relação direta de causa e efeito entre abstinência antes do casamento e distúrbios mentais, neuroses e coisas afins. Da mesma forma que pesquisa alguma vai mostrar que os jovens que praticam sexo livre antes do casamento são equilibrados, sensatos, sábios e inteligentes. Pode ser que até se prove o contrário. Os tarados, estupradores e maníacos sexuais não serão encontrados no grupo dos virgens e abstinentes.Talvez fosse interessante mencionar nesse contexto o estudo conduzido na Universidade de Minessota por Ann Meir. De acordo com as pesquisas, o sexo estava associado a auto-estima baixa e depressão em garotas que iniciaram as relações sexuais (idade média de início 15-17 anos) sem relacionamento afetivo ou romântico.

4. A coisa toda é muito estranha. Funciona mais ou menos assim. Os libertinos tendem a considerar todo distúrbio que encontram como resultado de repressão dos desejos sexuais. Mas eles fazem isso não porque têm estatísticas, experiências ou históricos que provam tal teoria – mas porque Freud explica. Em vez de considerarem que esses distúrbios podem ter outras causas, seguem sem questionar a tese de Freud que tudo é sexo, desde o menininho de um ano chupando dedo até o complexo de Édipo.

O próprio Freud, na fase mais amadurecida de sua carreira, se questiona na obra Além do Princípio do Prazer (1920):

A essência de nossa investigação até agora foi o traçado de uma distinção nítida entre os “instintos do ego” e os instintos sexuais, e a visão de que os primeiros exercem pressão no sentido da morte e os últimos no sentido de um prolongamento da vida. Contudo, essa conclusão está fadada a ser insatisfatória sob muitos aspectos, mesmo para nós.


5. Embora a decisão de preservar-se para o casamento vá provocar lutas e conflitos internos no coração e mente dos jovens evangélicos, esses conflitos nada mais são que a luta normal que todo cristão verdadeiro enfrenta para viver uma vida reta e santa diante de Deus, mortificando o pecado e se revestindo diariamente de Cristo (Romanos 3; Colossenses 3; Efésios 4—5). Fugir das paixões da mocidade foi o mandamento de Paulo ao jovem Timóteo (2Timóteo 2:22). Essa luta contra a nossa natureza carnal não provoca traumas, neuroses, recalques e distúrbios. Ao contrário, nos ensina paciência, perseverança, a amar a pureza, a apreciar as virtudes e o que significa tomar diariamente a cruz, como Jesus nos mandou (Lucas 9:23). Os que não querem tomar o caminho da cruz, entram pela porta larga e vivem para satisfazer seus desejos e instintos.

Por esses motivos acima e por outros que poderiam ser acrescentados considero esse argumento – de que a abstenção das relações sexuais antes do casamento provoca complexos, neuroses, recalques – como nada mais que uma desculpa para aqueles que querem viver na fornicação. Não existe realmente substância e fundamento para essa idéia, a não ser o desejo de justificar-se ou desculpar-se diante de uma consciência culpada, da opinião contrária de outros ou dos ensinamentos da Escritura.

Os interessados em estudar mais esse assunto poderão aproveitar bastante o livro Sexo Não é problema – Lascívia, Sim – de Joshua Harris, pela Editora Cultura Cristã.

Por: Rev. Augutus Nicodemus Lopes
do site: http://networkedblogs.com/nj3nV

segunda-feira, 20 de junho de 2011

SATANÁS E A LENTA CONSTRUÇÃO DA MENTALIDADE


Satanás é paciente! Ele planta a semente do mal e a cultiva por longos e longos anos, até vê-la frutificar. Prova disso é o modo como age para corromper a mentalidade universal. Na busca desse objetivo tão vasto, ele não se intimida. Aos poucos, sem forçar, por décadas a fio, o diabo vai instilando na mente das pessoas o que é do seu interesse. A mídia, a política, a filosofia e a religião são, talvez, os instrumentos mais eficazes que usa. Utilizando esses veículos, Satanás dá lenta e sutilmente aos seus ensinos uma coloração bonita. Em seguida, sugere que quem discorda deles é pessoa atrasada, ignorante ou ingênua. Finalmente, depois de acostumar a cabeça das pessoas com o que quer que elas aceitem, eleva à categoria de crime qualquer manifestação contrária aos seus pensamentos diabólicos.

Tudo isso leva tempo. Mas tempo Satanás tem de sobra. E ele não tem pressa. Se quer conquistar uma geração para si, investe nas três ou quatro gerações anteriores àquela, lançando as bases para a futura mentalidade perversa. Essa mentalidade acolherá, então, tudo que o diabo ama e verá com naturalidade a banalização do sexo, a destruição da família e a ridicularização da Palavra de Deus.

Foi por meio dessa estratégia que a cultura pós-moderna nasceu. Há cerca de duzentos anos, o diabo, por meio de seus ministros, fez o mundo acreditar que a chave para o encontro da verdade estava na razão humana (racionalismo). Segundo essa proposta, nada que não pudesse ser comprovado racionalmente devia ser recebido por pessoas cultas e inteligentes que realmente quisessem conhecer a verdade.

Ocorreu, porém, que a razão humana mostrou-se ineficaz para a obtenção das respostas que o coração humano perseguia. Então, aos homens decepcionados e frustrados, Satanás, pela boca dos seus arautos, propôs outra mentira. Desejando confundi-los novamente, e lançando já as sementes do pensamento pós-moderno, disse que a verdade podia ser conhecida por intermédio de alguma forma de experiência vivida pelo indivíduo (existencialismo). Os homens acreditaram nisso e buscaram essas experiências tanto no prazer como em coisas corriqueiras e até nas drogas. Mais uma vez, porém, a desilusão invadiu o coração das pessoas.

Foi aí que, tendo provocado intencionalmente tanta frustração nas pessoas das outras gerações, Satanás finalmente propôs aos homens das últimas décadas que não há verdade alguma para ser buscada. Maliciosamente, sem deixar que suspeitassem que tudo tinha sido armação dele, mostrou o quanto as gerações dos dois últimos séculos se afadigaram inutilmente na procura de uma base fixa para o pensamento. Em seguida, disse aos que viviam sob sua influência que eles deviam cessar essa busca sem sentido. Ousadamente ensinou que a verdade única não existe, que cada um tem a sua verdade particular, devendo viver conforme os ditames de seu próprio coração.

Foi como se o diabo literalmente dissesse aos filósofos do nosso tempo: “Vejam como aqueles antigos perseguidores da verdade foram pessoas perdidas e confusas. Vejam como foram infelizes e não chegaram a lugar algum. Isso aconteceu porque eles perderam tempo crendo que a verdade objetiva existe. Quanta tolice! A verdade depende de cada um. Cada indivíduo a cria conforme quer. Essa é a resposta. Querem ser livres e felizes? Aceitem isso!”. Então, primeiro, os filósofos recentes, e, depois, toda a nossa geração, compraram a nova proposta satânica.

Vê-se assim que, de todas as levas da humanidade, a nossa foi aquela a quem Satanás mais demonstrou seu ódio mortal. Sim, pois, se para as gerações passadas, ele ofereceu frutos de cera, para a nossa ele deu arsênico. É certo que o racionalismo e o existencialismo, belas maçãs artesanais, não podiam dar vigor, mas pelo menos não exterminavam (em suas melhores expressões) as noções de decência, honra e virtude que tanto nos distinguem dos animais. Para o homem pós-moderno, porém, o diabo não ofereceu uma maçã de cera. Ele lhe ofereceu uma maçã envenenada. Primeiro mostrou-lhe o gosto amargo do fruto artificial comido pelos antigos e, depois, em seu lugar, ofereceu-lhe a maçã envenenada do total subjetivismo moral, filosófico e religioso.

E as pessoas do nosso tempo comeram essa maçã. Comeram e morreram! Morreram para qualquer interesse pela verdade, para qualquer conceito de certo e errado. Morreram também para as noções de dignidade. Que triste constatação: nosso tempo produziu pessoas que são sepulcros dentro dos quais jazem apodrecidas as mais elementares reminiscências da moral, da integridade e da honra! E provas disso estão nos jornais: nossos líderes políticos, por exemplo, sem se importar em distinguir o certo do errado, proíbem a correção de crianças, acolhem assassinos internacionais e apoiam horrendas perversões sexuais, inclusive com recursos do Estado. O homem de bem que se insurge contra essas coisas corre o risco de ser punido como criminoso e o povo ao redor contempla a ruína de tudo que é decente e justo sem sequer franzir a testa. Aliás, muitas vezes até faz piadinhas!

A história do homem nos últimos duzentos anos é, pois, a história da construção satânica de uma mentalidade vil, hoje reinante no mundo inteiro. É triste, mas pelo menos esse quadro desalentador fornece uma compreensão mais clara do que Jesus, a Verdade em pessoa, quis dizer quando questionou: “Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?” (Lc 18.8). E não somente isso. O tempo em que vivemos, dada a sua maligna forma de pensar, serve para encorajar os crentes a ouvir com um sentimento de urgência maior as palavras do apóstolo: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...” (Rm 12.2). Maranata!

Por: Pr. Marcos Granconato
Retirado do site: http://www.igrejaredencao.org.br

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A SANTIDADE DE DEUS


Ao discutir a santidade de Deus, novamente começamos no ponto de Sua auto-suficiência. Moisés diz em Êxodo 18:11: “Agora sei que o SENHOR é maior que todos os deuses; porque na coisa em que se ensoberbeceram, os sobrepujou”. Em 1 Samuel 2:2, Ana louva a Deus quando ela diz: “Não há santo como é o SENHOR; porque não há outro fora de ti; e rocha nenhuma há como o nosso Deus”. Assim, a santidade de Deus reside em Sua incomparável auto-existência. Deus não tem santidade, mas Ele é santidade. O profeta Amós salienta isso nessas palavras: “Jurou o Senhor JEOVÁ, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre vós, em que vos levarão com anzóis e a vossos descendentes com anzóis de pesca” (Amós 4:2). O Senhor não poderia jurar pela Sua santidade se Sua santidade não fosse idêntica a Si mesmo.

Por santidade de Deus, portanto, queremos dizer a absoluta pureza interna de Deus. Deve ser naturalmente esperado que, quando esse atributo de Deus é expresso na revelação de Deus ao homem, ele requer sua pureza completa. Essa pureza completa no homem consiste na dedicação completa da atividade moral do homem para a glória de Deus. Negativamente, isso necessariamente se expressará como separação do pecado.

No Antigo Testamento essa expressão negativa da santidade de Deus é apresentada fortemente. Há toda uma maneira de dedicação a Deus de pessoas e coisas de um uso secular para um uso sagrado. A idéia é que, por causa do pecado, o todo da vida humana se tornou profanado. Não que isso fosse originalmente assim; totalmente o contrário. O “secular”, como tal, não é mal. Ele se tornou mal por causa do pecado do homem. A teologia barthiana não sustenta a queda do homem na história e, consequentemente, não pode fazer justiça à distinção bíblica entre o sagrado e o secular. A visão de Barth realmente se resume em dizer que há mal na matéria per se. É, portanto, impossível, segundo Barth, que deva existir quaisquer atos feitos pelo homem temporal que sejam verdadeiramente santos, mesmo no princípio. Não pode realmente existir nada sagrado como distinto de atos não-sagrados dele.

A posição de Barth não é radicalmente diferente da do modernismo. Ela não tem lugar para o que é verdadeiramente santo neste mundo, porque ela não crê numa criação original perfeita, nem numa queda histórica. E nem ela crê num Deus santo auto-suficiente por detrás do mundo. Se cresse, também teria que crer numa criação temporal e na queda do homem na história.

No Novo Testamento, a expressão positiva da santidade de Deus é mais forte do que negativa. Deus quer que Seu povo, deliberadamente, pelo dom de Sua graça, dedique-se a Ele. É o Espírito Santo que cria no homem uma verdadeira santidade a Deus. Certamente, o aspecto negativo não desapareceu. Ele se mostra na punição dos ímpios, daqueles que rejeitam o Santo. O castigo eterno para o ímpio é o resultado natural da santidade de Deus.

Cornelius Van Til,
Retirado do site: www.monergismo.com

terça-feira, 17 de maio de 2011

VOCÊ FALA PALAVRA TORPE?


A Palavra de Deus nos adverte que “não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem (Efésios 4:29, ARA). A nossa boca é fonte de benção e maldição, mas o apóstolo Tiago nos diz que isto não deveria ser assim (Tiago 3:10). Por isso, devemos cuidar do que sai dela. O termo torpe usado por Paulo significa corrompido (do grego sarprós), e, indica toda palavra ou conversa que em si seja prejudicial, desvirtue ou ofenda os ouvidos de quem a recebe; e, isto envolve desde palavrões, mentiras, até a maledicência.

O Senhor Jesus disse que a boca fala do que o coração está cheio (Mateus 15:18-19). Assim, entendemos que quando uma pessoa fala uma palavra torpe, ou corrompida, ela está manifestando uma condição de corrupção em seu coração, isto é, algo que ainda não foi transformado pelo Espírito Santo (Romanos 3:14). Deste modo, o seu testemunho é falso, porque as suas palavras contradizem a santidade de Deus.

A palavra dura que suscita a ira também é torpe, porque ela corrompe a busca de uma disposição pacífica das pessoas (Provérbios 15:1). Provocar a ira de alguém através da repreensão insensata, ou do grito, ou mencionando algo que desperta um doloroso trauma é pecado, porque estamos provocando uma fraqueza no outro, que provavelmente irá levá-lo a pecar. Em vez, de auxiliá-la em sua santificação, na verdade estamos suscitando pecados que deveriam ser mortificados, daí, corrompemos o outro com a nossa palavra e não edificamos.

Nenhum servo de Deus deve falar o que corrompe. Não devemos mencionar palavrões, contar mentiras, falar mal ou enfatizar os defeitos da vida dos outros, nem contar piadas indecentes, ou que ridicularizem com o nome de Deus. É nosso dever transmitir graça aos que nos ouvem, e não pecado. A nossa conversa deve nutrir as necessidades das pessoas e não corrompê-las. Assim, eu desejo a benção de Deus para a sua vida e graça para você!

Rev. Ewerton B. Tokashiki
Retirado do Blog: http://tokashiki.blogspot.com/

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O NEGÓCIO É FICAR?


Todo o mundo aplaudiu quando finalmente Lígia ficou com Roberto. Ele era um "gatão"--bonito, atlético, inteligente. Mesmo que ele ainda não fosse crente, Lígia já o convidara para a reunião da mocidade. Todas as amigas ficaram com ciúmes. Todas, menos uma. Kátia, sua melhor amiga, não acreditava que Lígia havia voltado atrás na sua decisão de não entrar na onda de "ficar". "Lígia, o que aconteceu? " ela interrogou. "Você disse que não queria nenhum envolvimento físico com um rapaz antes de assumir um compromisso sério. Você não é a mesma pessoa como antes . . ." "Cai fora, Kátia. Nestes dias não dá pra gente resisitir. Todo mundo faz. Você está com ciúmes porque eu consegui o Roberto. Hoje, o negócio é ficar."

"Ficar" é um fenômeno entre a juventude brasileira. Embora o "namoro de praia" sempre existia, esta nova onda social atinge muito mais adolescentes e jovens, e constitui um perigo ainda maior. O que significa "ficar"? Uma reportagem da Veja (13 de junho, 1990) entitulada "O Negócio é Ficar" o descreveu assim:
"Ficar . . . transformou-se na definição de um pré-namoro, em que apenas abraços e beijinhos não têm fim--mas isso não significa que exista um compromisso entre os que ficam."
Em outras palavras, quem "fica" entra num relacionamento que inclui (e normalmente enfatiza) envolvimento físico sem nenhum compromisso de longo prazo. Em pouco mais de cinco anos, a onda de "ficar" tem atingido uma grande porcentagem da nossa mocidade. Mas poucos têm avaliado biblicamente o que gosto de chamar "ficação".
Para o jovem cristão, o negócio é ficar? Creio que a resposta é: não!! Além disso, creio que "ficação" é mais uma tentativa de Satanás para minar a pureza moral da nossa juventude, neutralizar seu testemunho, e, eventualmente, estragar seus futuros lares. Existem pelos menos duas razões bíblicas porque o jovem cristão não deve seguir a moda de ficar:
1) Amizade bíblica implica em compromisso. O livro de Provérbios esclarece a natureza da verdadeira amizade: ela exige constância (Pv. 17:17, 18:24), lealdade (17:10), e compro­misso (17:17). Não é influenciada pelo "exterior" como bens materiais e aparências (19:4,6,7; 14:20,21). Sempre pensa no bem-estar do outro, não na sua própria gratificação, e não mede esforço para provocar melhoras no caráter do outro (27:17; cf. 27:5,6). A amizade verdadeira segue o padrão de amor em 1 Co. 13:4-8. O compromisso de se dar é muito raro em nossos dias, mesmo entre amigos, e praticamente inexistente no "ficar".
2) Biblicamente, o envolvimento físico legítimo entre duas pessoas sempre exige compromisso sério entre elas, especificamente, casamento. A união física de duas pessoas reflete uma aliança (compromisso) entre elas (Pv. 2:17, Ml. 2:14, Gn. 2:24). Deus criou as expressões físicas de amor e intimidade como uma "escada biológica". No plano de Deus, cada degrau da "escada" leva naturalmente para o próximo, até alcançar o "topo", a consumação sexual. Deus deixa bem claro que esta experiência se reserva para casais casados (Hb. 13:4). Mas deve-se perguntar se um casal tem o direito de subir qualquer degrau da escada quando não há compromisso, seriedade e intimidade interior nos níveis social, emocional, intelectual e espiritual. 1 Ts. 4:3-8 adverte contra o uso do corpo para satisfazer desejos impuros de uma forma egoista. A exploração do corpo de uma outra pessoa barateia tanto a pessoa quanto o propósito de Deus. Na Bíblia isso representa, na melhor das hipóteses, falsidade e hipocrisia, e na pior, fornicação e prostituição.

Além destas razões, existem algumas conseqüências sérias de "ficar". Mais uma vez, descobrimos que Satanás tem enganado a muitos para pensarem que ficar "não faz mal". Vários jovens já afirmaram para mim que estas conseqüências são a realidade em suas vidas.

1) Você ganha uma "reputação" (cf. Pv. 5:3,5; 7:5-13). Todos os colegas sabem quem "fica" e quem não "fica", quem está "disponível" e quem não. Conforme a reportagem da Veja, os próprios jovens ainda policiam as meninas que "ficam demais". E "as garotas ainda temem ser mal compreendidas pelos rapazes." Isso porque sabem que os meninos falam.

2) Você perde seu testemunho (Mt. 5:13). Muitos jovens ficam porque dizem que "todo mundo faz". Mas a Palavra de Deus nos adverte contra sermos conformados com este mundo (Rm. 12:2). Ter um testemunho implica em ser diferente! O sal que perde seu gosto não vale para mais nada. Onde estão os jovens de garra e fibra como José e Daniel, que resistiram tentação no poder do Espírito?

3) Você se sente sujo, usado, e culpado (Pv. 5:10-13). O jovem em Provérbios 5 reconhece sua insensatez em não dar ouvidos para seus pais e conselheiros. Pena que foi tarde demais. Tenho falado com muitos jovens que confirmam que se sentiram explorados depois de "ficar". Veja citou um psicólogo que afirmou sobre o "ficar" "Nem tudo está perfeito. As meninas ainda têm culpa e os rapazes não estão acostumados a simplesmente ficar. . . Isso quer dizer que os próprios jovens acabam se confundindo . . . ficando com um no sábado e com outro no domingo."

4) Você inicia um processo de dessensibilização e frustração. O jovem que fica corre o grande risco de não poder parar sua subida da "escada biológica". Os beijos levam para abraços, e os abraços para carícias. Ficar parado é cada vez mais difícil, pois as "coisas velhas ficam pra trás". Ouça alguns comentários de jovens entrevistados pela Veja: "Nada é melhor do que transar com quem e quando se quer . . ." "Ficar é ótimo, porque tenho sempre uma companhia diferente. Além disso, preciso aproveitar agora que as meninas estão mais liberais." "Sexo, para quem fica, não é mais indispensável. Pode-se praticá-lo ou não, depende da vontade." Mas para o jovem cristão que "não tem vontade", ainda pode gerar frustrações interiores que levam a pensamentos impuros, o uso da pornografia, e a masturbação. Mas Deus não nos chamou para estas coisas, e sim para "santificação e honra" (1 Ts. 4:4).

5) Você estraga relacionamentos no corpo de Cristo (1 Ts. 4:3-8, Mt. 5:23-26). Uma das conseqüências de relacionamentos íntimos baratos é que eventualmente a maioria são desfeitos. Mas muitas vezes isso leva a ressentimentos, mágoas e ódio. Nossas igrejas estão cheias de jovens e adultos feridos por outros membros do corpo para quem não podem nem olhar no rosto, embora uma vez fizeram muito mais que olhar. Fica quase impossível voltar para a "estaca zero" de amizade "inocente" quando já trocaram intimidades. O padrão bíblico é para restaurar estes relacionamentos através do perdão. Mas a medicina preventiva da Palavra é nunca ofender o irmão desta maneira. Provérbios diz "O irmão ofendido resiste mais que uma fortaleza; suas contendas são ferrolhos dum castelo" (18:19).

6) Você cultiva um egoismo que pode minar seu futuro casamento. Pessoas que "ficam" aprendem padrões de auto-gratificação, de exploração, e de falta de disciplina moral que no mínimo complicarão seus futuros casamentos, e que poderão facilmente levar à infidelidade conjugal. Isso porque o "ficar" enfatiza os meus desejos, as minhas necessidades, o meu prazer. E depois do casamento? O que impede que estes mesmos padrões continuem? Adquirir padrões de comportamento egoistas é outra conseqüência de "ficar". As pressões para ficar são muito grandes. Mas pela graça de Deus o jovem cristão pode resisti-las. Mas, se alguém já ultrapassou os limites estabelecidos por Deus? Mesmo que alguém já tenha pisado na bola, a graça e a misericórdia de Deus não têm fim (Lm. 3:22, 23). Hoje pode ser o primeiro dia do resto da sua vida--um novo começo. O plano perfeito de Deus é a nossa santificação. Pela sua graça, colheremos os frutos de uma consciência limpa, amizades profundas, e lares felizes. Estas são conseqüências que realmente valem a pena buscar, resistindo as tentações e pressões para ficar.

O negócio é ficar? Creio que para o jovem cristão, a resposta é não. Para o cristão, "ficação" é mais uma ficção de Satanás.

Por: Pr. Davi Merkh
Retirado do site: http://www.palavraefamilia.org.br

sábado, 1 de janeiro de 2011

NOJO DO PECADO


Você já sentiu nojo do seu pecado? Uma revulsão contra a miséria do seu coração? Nestes dias em que “auto-estima”, “auto-imagem” e “amor próprio” estão no IBOPE, não fica bem falar de “nojo de si mesmo”.

Mesmo assim, uma das conseqûëncias de participação da Nova Aliança em Cristo encontra-se em Ezequiel 36.31. Mesmo a Nova Aliança sendo direcionada principalmente ao povo de Israel, aplica-se por extensão à Igreja, que também participa dos benefícios dela. A obra de Cristo nos deu um novo coração, não de pedra mas de carne, com o Espírito habitando em nós (Ez 36.26,27). Assim, temos uma nova sensibilidade e um novo ódio ao pecado:

Então vos lembrareis dos vossos maus caminhos, e dos vossos feitos, que não foram bons; TEREIS NOJO DE VÓS MESMOS por causa das vossas iniqüidades e das vossas abominações (Ez 36.31).

Creio que esse “santo enjôo” caracteriza aqueles que vivem na esfera do coração, cientes da sua condição como criaturas caídas, mas também cientes da graça imensurável de Cristo Jesus, que pagou o preço desse pecado (Rm 4.24,25; 2 Co 5.21, 1 Pe 2.24). Essa tensão entre a ciência da nossa condição como pecadores e a gratidão pelo sacrifício de Cristo Jesus resume a vida cristã!

Talvez por isso, o próprio Apóstolo Paulo disse,

Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado. Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm 7.24,25; 8.1).

Quanto mais odiamos nosso pecado; quanto mais ficamos enjoados com nossa facilidade em pecar; tanto mais devemos correr para o trono que jorra graça (Hb 4.16), boquiabertos diante desta maravilhosa graça que permitiu que Jesus tomasse sobre Si a ira destinada contra mim e meu pecado. Louvado seja Deus pelo nojo do pecado e pela graça de Cristo Jesus!

Pr. Davi Merkh
Retirado do site: www.palavraefamilia.org.b